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Revista Época - O Inventor do "Miniplex"  |  05/2005
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30 de maio de 2005 - No. 367 - Páginas 96 e 97
por Cléber Eduardo

O francês Jean-Thomas Bernardini, dono de uma distribuidora especializada em filmes sofisticados, abre cinema para ampliar seu público.

Um templo moderno do cinema pensado e realizado como arte, não apenas como mercadoria e entretenimento, abrirá suas portas em 10 de junho em São Paulo. Sem as concessões comerciais de complexos abertos a exibir tanto produções de Hollywood como obras de menos apelo financeiro, as quatro salas do "miniplex" Reserva Cultural só darão espaço em seus 600 lugares a quem quiser ver filmes de valor artístico. Títulos americanos não estão vetados, mas só se forem independentes, sem laços com grandes estúdios. Star Wars e Batman, nem pensar. Uma comissão ajudará na seleção de quais filmes se encaixam no perfil buscado.

O desafio é conduzido, a um custo de R$ 3 milhões (ainda não patrocinados), pelo francês Jean-Thomas Bernardini, de idade não declarada. Ele comanda há 16 anos a distribuidora Imovision, especializada em títulos segmentados, como Dogville, do dinamarquês Lars Von Trier, Dez, do Iraniano Abbas Kiarostami, e Nossa Música, do frânces Jean-Luc Godard, entre outras jóias adoradas por cinéfilos. Também faz parte do menu de futuros lançamentos o novo filme dos irmãos Dardenne (l'Enfant), Palma de Ouro no último festival de Cannes.

Jean-Thomas decidiu investir na exibição porque cansou de ter os filmes retirados de cartaz antes de ver iniciado o processo do boca a boca, algo necessário para lançamentos com pouco marketing, como são os desse segmento menos popular. " O aumento de número de salas nos últimos anos não ajudou o cinema independente", afirma o empresário. "Tenho saudade de quando filmes como Gabbeh ou O Mahabarata, que lancei, ficavam vários meses em cartaz." Seu objetivo é criar programações paralelas, como cursos de cinema, sessões cineclubes, exibições de filmes inéditos e em horários alternativos, para investir na ampliação da platéia.

Também contará com atrativos extras, como um espaço gastronômico e salas para ouvir música. Terá de aumentar o número de espectadores e a freqüência deles às salas. "Não quero precisar de Hollywood para pagar a conta de luz", afirma. A arquitetura de Naassom Ferreira Rosa é arrojada. Além de intervir na Avenida Paulista, com uma parede de vidro na calçada, as salas estarão dispostas em um corredor que, na contramão dos shopping centers, imita a aparência de uma rua.

A relação entre o cinema e Jean-Thomas começou na França e foi amplificada no Brasil. Formado em psicologia em 1972, ele freqüentava o cineclube em Aix-en-Provence, sua cidade natal no sul do país, também conhecida como terra de Cezanne. Dono de um bar-restaurante que encheu seu bolso de dinheiro, vendeu o estabelecimento e mudou-se para o Brasil, atraído por uma proposta do ex-sócio: comprar um hotel a preço de banana. Chegando ao país, uma surpresa: "Ele havia ignorado um zero no valor", lembra, às gargalhadas. Acabou ficando. Passou a viver da venda de jeans importado.

Os lucros lhe permitiram que entrasse na produção de um filme francês, Inverno de 54, e abrir uma distribuidora para lançá-lo no Brasil, a Imovision. A bilheteria não correspondeu. jean-Thomas não desistiu. Nos primeiros tempos, lançava dois ou três filmes por ano. Nos últimos quatro anos, tem lançado 15, totalizando entre 300 mil e 400 mil espectadores. Seus maiores êxitos são 8 Mulheres, de François Ozon, e Dançando no Escuro, de Lars Von Trier.

O empresário dedicado ao "lucro otimista" avalia que hoje, apesar de um ou outro bom resultado, o cinema brasileiro está, para os padrões internacionais, em posição periférica. "O distribuidor estrangeiro quer filmes brasileiros sensuais e com personagens simpáticos. Cansaram de filmes violentos", analisa. A bola da vez são os chineses e coreanos. Entre os diretores, Lars Von Trier, Jean-Luc Godard e Abbas Kiarostami são os autores dos filmes com preços mais salgados. Já alguns distribuidores brasileiros, lamenta, compram como em leilão. Para vencer a concorrência, pagam acima do razoável, fazendo os valores subirem para o país. Nessa, ele não cai. Investe com sobriedade e tem lucrado com arte.

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